Friday, January 30, 2009

TEXTO: História de bem-te-vi


Cecília Meireles Com estas florestas de arranha-céus que vão crescendo, muita gente pensa que passarinho é coisa só de jardim zoológico; e outras até acham que seja apenas antigüidade de museu. Certamente chegaremos lá; mas por enquanto ainda existem bairros afortunados onde haja uma casa, casa que tenha um quintal, quintal que tenha uma árvore. Bom será que essa árvore seja a mangueira. Pois nesse vasto palácio verde podem morar muitos passarinhos. Os velhos cronistas desta terra encantaram-se com canindés e araras, tuins e sabiás, maracanãs e "querejuás todos azuis de cor finíssima...". Nós esquecemos tudo: quando um poeta fala num pássaro, o leitor pensa que é leitura... Mas há um passarinho chamado bem-te-vi. Creio que ele está para acabar. E é pena, pois com esse nome que tem — e que é a sua própria voz — devia estar em todas as repartições e outros lugares, numa elegante gaiola, para no momento oportuno anunciar a sua presença. Seria um sobressalto providencial e sob forma tão inocente e agradável que ninguém se aborreceria. O que me leva a crer no desaparecimento do bem-te-vi são as mudanças que começo a observar na sua voz. O ano passado, aqui nas mangueiras dos meus simpáticos vizinhos, apareceu um bem-te-vi caprichoso, muito moderno, que se recusava a articular as três sílabas tradicionais do seu nome, limitando-se a gritar: "...te-vi! ...te-vi", com a maior irreverência gramatical. Como dizem que as últimas gerações andam muito rebeldes e novidadeiras achei natural que também os passarinhos estivessem contagiados pelo novo estilo humano. Logo a seguir, o mesmo passarinho, ou seu filho ou seu irmão — como posso saber, com a folhagem cerrada da mangueira? — animou-se a uma audácia maior Não quis saber das duas sílabas, e começou a gritar apenas daqui, dali, invisível e brincalhão: "...vi! ...vi! ...vi! ..." o que me pareceu divertido, nesta era do twist. O tempo passou, o bem-te-vi deve ter viajado, talvez seja cosmonauta, talvez tenha voado com o seu team de futebol — que se não há de pensar de bem-te-vis assim progressistas, que rompem com o canto da família e mudam os lemas dos seus brasões? Talvez tenha sido atacado por esses crioulos fortes que agora saem do mato de repente e disparam sem razão nenhuma no primeiro indivíduo que encontram. Mas hoje ouvi um bem-te-vi cantar E cantava assim: "Bem-bem-bem...te-vi!" Pensei: "É uma nova escola poética que se eleva da mangueira!..." Depois, o passarinho mudou. E fez: "Bem-te-te-te... vi!" Tornei a refletir: "Deve estar estudando a sua cartilha... Estará soletrando..." E o passarinho: "Bem-bem-bem...te-te-te...vi-vi-vi!" Os ornitólogos devem saber se isso é caso comum ou raro. Eu jamais tinha ouvido uma coisa assim! Mas as crianças, que sabem mais do que eu, e vão diretas aos assuntos, ouviram, pensaram e disseram: "Que engraçado! Um bem-te-vi gago!" (É: talvez não seja mesmo exotismo, mas apenas gagueira...) Texto extraído do livro “Escolha o seu sonho”, Editora Record – Rio de Janeiro, 2002

Wednesday, January 28, 2009

MOMENTO PARA REFLETIR : A Elegância


Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que talvez por isso, esteja cada vez mais rara:
- a elegância do comportamento. É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado, diante de uma gentileza. É a elegância que nos acompanha, da primeira hora da manhã, até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto. É uma elegância desobrigada. É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca. É possível detectá-la, nas pessoas que não usam um tom superior de voz, ao se dirigir à frentistas, por exemplo. Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros. É possível detectá-la em pessoas pontuais. Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está. Oferecer flores é sempre elegante. É elegante não ficar espaçoso demais. É elegante você fazer algo por alguém e este alguém jamais saber o que você teve que se arrebentar para o fazer... porém, é elegante reconhecer o esforço, a amizade e as qualidades dos outros. É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro. É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais. É elegante retribuir carinho e solidariedade. É elegante o silêncio, diante de uma rejeição... Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto. Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante. É elegante a gentileza. Atitudes gentis falam mais que mil imagens. ( Autor do texto : Anonimo)

Monday, January 26, 2009

cumplicidade



Fernando Veríssimo Jornal O Globo de 19/07/2007 
Uma comprida palavra em alemão (há uma comprida palavra em alemão para tudo) descreve a “guerra de mentira” que começou com os primeiros avanços da Alemanha nazista sobre seus vizinhos. A pouca resistência aos ataques e o entendimento com Hitler buscado pela diplomacia européia mesmo quando os tanques já rolavam se explicam pelo temor comum ao comunismo. A ameaça maior vinha do Leste, dos bolcheviques, e da subversão interna. Só o fascismo em marcha poderia enfrentá-la. Assim, muita gente boa escolheu Hitler como o mal menor. Ou, comparado a Stalin, o mau menor. Era notório o entusiasmo pelo nazismo em setores da aristocracia inglesa, por exemplo, e dizem até que o rei Edward VIII foi obrigado a renunciar não só pelo seu amor a uma plebéia, mas pela sua simpatia à suástica. Não tardou para Hitler desiludir seus apologistas e a guerra falsa se transformar em guerra mesmo, todos contra o fascismo. Mas, por algum tempo, os nazistas tiveram seu coro de admiradores bem-intencionados na Europa e no resto do mundo — inclusive no Brasil do Estado Novo. Mais tarde estes veriam, em retrospecto, do que exatamente tinham sido cúmplices sem saber. Na hora, aderir ao coro parecia à coisa certa. Comunistas aqui e no resto do mundo tiveram experiência parecida: apegarem-se sem fazer perguntas ao seu ideal, que, em muitos casos, nascera da oposição ao fascismo, mesmo já sabendo que o ideal estava sendo desvirtuado pela experiência soviética, foi uma opção pela cumplicidade. Fosse por sentimentalismo, ingenuidade ou convicção, quem continuou fiel à ortodoxia comunista foi cúmplice dos crimes do stalinismo. A coisa certa teria sido pular fora do coro, inclusive para preservar o ideal. Se estes dois exemplos ensinam alguma coisa é isto: antes de participar de um coro, veja quem estará do seu lado. No Brasil do Lula, é grande a tentação de entrar no coro que vaia o presidente. Ao seu lado no coro poderá estar alguém que pensa como você, que também acha que Lula ainda não fez o que precisa fazer e que há muita mutreta a ser explicada e muita coisa a ser vaiada. Mas olhe os outros. Veja onde você está metido, com quem está fazendo coro, de quem está sendo cúmplice. A companhia do que há de mais preconceituoso e reacionário no país inibe qualquer crítica ao Lula, mesmo as que ele merece. Enfim: antes de entrar num coro, olhe em volta.

Saturday, January 24, 2009

FLASHES


Quince anos de Aly.
Hija de Vianka Torres.
De Esquierda para derecha
 Vianka, Cristina, Maryluz, Aliuska y Norma.

Friday, January 23, 2009

MENSAGEM DO DIA



Espero que hoje a paz esteja com você.
Espero que você confie em Deus, e saiba que você está exatamente onde você deveria estar.
Eu acredito que amigos são mais ou menos como os anjos, que levantam nossos pés quando nossas asas esquecem como que se voa.

Tuesday, January 20, 2009

Saturday, January 17, 2009

MENSAGEM DO DIA


Dois importantes factos, nesta vida, saltam aos olhos; primeiro, que cada um de nós sofre inevitavelmente derrotas temporárias, de formas diferentes, nas ocasiões mais diversas. Segundo, que cada adversidade traz consigo a semente de um benefício equivalente. Ainda não encontrei homem algum bem-sucedido na vida que não houvesse antes sofrido derrotas temporárias. Sempre que um homem supera os reveses, torna-se mental e espiritualmente mais forte... É assim que aprendemos o que devemos à grande lição da adversidade. 
 (Andrew Carnegie a Napoleon Hill)

Wednesday, January 14, 2009

TEXTO :Quem Tem Culpa no Cartório?


Mário Prata Vender um carro não é tão difícil assim. O problema é que agora inventaram que a gente tem de ir ao cartório. Assinar lá aquele papelzinho e o sujeito reconhecer a firma da gente. Não adianta mandar ninguém. Tem de ser a gente. Pois é. Vendi o meu carro e lá fui eu, na quarta passada, reconhecer a minha firma, palavra pomposa para a nossa humilde assinatura. Assinei na cara do sujeito e entreguei. Me pediu a carteira de identidade. Meu Deus, esqueci. Tento quebrar o galho. — Sem a carteira de identidade não tem possibilidade. — Meu amigo, está chovendo, foi uma luta estacionar o carro e... — Impossível. O senhor não viu escrito ali? Foi quando eu me lembrei do Estadão que estava debaixo do braço. Minha coluna, minha foto. Mostro para ele. — Está vendo? Sou eu. Olhou para a foto, olhou para mim. — Reconheceu? — É, reconheci. Mas, para reconhecer a firma, só com a identidade. É lei, olha a fila, meu senhor. — Meu amigo, a carteira de identidade é para provar que eu sou eu, não é? Pois eu acabo de provar que eu sou eu. Ou não? — Eu sei que o senhor é o senhor, mas não adianta. Olha a fila. — Posso falar com o seu chefe? — Não vai adiantar. É aquele. O de peruca. Seu Wilson. Caminho na direção do seu Wilson. De longe, já começo a analisar a peruca dele. Peruca de homem, não sei por que, sempre me fascina. Me dá uma vontade quase incontrolável de arrancar, de fazer com que todo mundo em volta ria. Vou olhando em volta. O cartório evoluiu muito. Agora está cheio de computadores. Tá "muderno". Numa mesa a Dulce, a Dudu e o Ferreira (gripadíssimo) dominam o computador para, logo em seguida, bater o carimbo. O carimbo! Céus, quando é que o burocrata vai livrar-se do carimbo? Fico olhando o trabalho da Dulce enquanto o da peruca atende uma senhora de laquê, muito nervosa. Conto: a Dulce bateu 93 vezes o carimbo em um minuto. Isso é que é funcionária! Mais ou menos uma e meia carimbada por segundo. Está noiva, a Dulce. Seu Wilson era inteirinho cinza. Ia do cinza claro do terno até o cinza escuro da olheira. Seu Wilson estava conversando com a de laquê, me olhando de lado. Chega a minha vez. Ele: — Conheço o senhor de algum lugar. O senhor já não foi no programa do Jô? — Meu nome é Mário Prata e... — Claro, do Estadão. Reconheci o senhor assim que vi o senhor entrando. Qual é o problema, Marinho? Odeio que me chamem de Marinho. Mas como havia sido reconhecido, tudo bem. — É o seguinte, seu Wilson. Vim reconhecer a assinatura da venda do carro e não trouxe a carteira de identidade e... — lh... — Mas como o senhor me reconheceu, pode reconhecer também a minha assinatura. — É, mas só que, pra reconhecer a assinatura, eu preciso da sua carteira de identidade. É uma questão legal. — Legal, né? Sentei. — Seu Wilson, acompanhe o meu raciocínio. — Pois não. — O senhor precisa da minha carteira de identidade para ter certeza de que eu sou eu, não é isso? — Exatamente, Marinho. — Mário, por favor. Mário Alberto Campos de Morais Prata. Então, continuando, se o senhor sabe que eu sou eu, acho que a gente podia deixar a carteira de identidade pra lá. — Veja, Mário Alberto (piorou!), quando o decreto saiu no Diário Oficial... — Tudo bem, tudo bem. Mas me diga, seu Wilson: quem sou eu (aliás uma pergunta que me tenho feito muito: quem sou eu)? — O senhor é o Mário Prata. — O senhor reconhece isso? — O senhor está querendo me pegar, não é? Olha, Campos, agora não posso mais. O meu funcionário, entende? Eu não posso passar por cima dele, tirar a autoridade dele. Se o senhor tivesse me procurado antes, aí sim, talvez... Fiquei me segurando para não arrancar a peruca dele e colocar fogo. Estava com o isqueiro aceso. Acendi o cigarro, pensei no meu avô Mario que tinha cartório em Uberaba. Pensei em Jesus pensando nos pobres de espírito, pensei no Brasil, pensei na mãe do seu Wilson, pensei que eu não era mais eu. Liguei para a Isabela, que ia comprar o meu carro. — Isabela, desisti. Descobri que eu não existo, Isabela. E fui para o divã do dr. Leonardo Ramos, que tem de carimbar a receita para que eu possa comprar Lexotan. O texto acima foi extraído do jornal "O Estado de São Paulo", edição de 03 de junho de 1998.

Tuesday, January 13, 2009

FLASH

Today who is celebrating her birthday is my dear friend and co-worker Norma Hernandez . My co- workers had a surprise lunch in her honor. I wishes the best.

Monday, January 12, 2009

FRASE DO DIA


Para se ser feliz, 
nada melhor do que trocar preocupações por ocupações. (Masteeline)

Friday, January 9, 2009

MENSAGEM DO DIA


Se fizeres um favor, não o recordes; se receberes um favor, nunca o esqueças. 
 (Autor desconhecido)

Wednesday, January 7, 2009

PARA REFLETIR


Existo como sou, 
Isso é o que me basta:
Se ninguém mais no mundo toma conhecimento, eu me sento contente; e se cada um e todos tomam conhecimento, eu contente me sento. 
Existe um mundo que toma conhecimento, e este é o maior para mim: o mundo de mim mesmo. Se a mim mesmo eu chegar hoje, 
Daqui a dez mil ou dez milhões de anos, posso alcançá-lo bem disposto ou posso bem disposto esperar mais. 
(Walt Whitman)

Monday, January 5, 2009

MENSAGEM DO DIA : Accept



Recognize what you can change and what you can't. 
In very moment,accept that everything is as it should be.
Accept that your body is round and fat and glorious. Just love it.
Accept that you don't do things the way everyone else does. Just embrace it.
Accept that sometimes your belly hurts, 
sometimes you don't have enough money to pay the light bill, 
sometimes life is too hard.
Just cry and move through it.
Accept that you can't do it all - and who would want to anyway?
Accept a kind word. Don't apologize.
Accept a gift - no matter how big, how small,
Say Thank you without embarrassment.
Accept that life isn't always fair and find the wonder in that, too.
Don't accept thing that aren't yours,like misdirected shame and blame.
Like credit for someone else's accomplishment.Like disrespect.
Accpet everything you are and nothing you are not.
Autor:Rachel Inyder

Friday, January 2, 2009

Thursday, January 1, 2009

FELIZ ANO NOVO



TEXTO DO : Carlos Drummond de Andrade 
"O grande barato da vida é olhar para trás e sentir orgulho da sua história."
O grande lance é viver cada momento como se a receita de felicidade fosse o AQUI e o AGORA.Claro que a vida prega peças. É lógico que, por vezes, o pneu fura, chove demais..., mas, pensa só: tem graça viver sem rir de gargalhar pelo menos uma vez ao dia? Tem sentido ficar chateado durante o dia todo por causa de uma discussão na ida pro trabalho? Quero viver bem! Este ano que passou foi um ano cheio. Foi cheio de coisas boas e realizações, mas também cheio de problemas e desilusões. Normal. As vezes a gente espera demais das pessoas. Normal. A grana que não veio, o amigo que decepcionou, o amor que acabou. Normal. O ano que vai entrar vai ser diferente. Muda o ano, mas o homem é cheio de imperfeições, a natureza tem sua personalidade que nem sempre é a que a gente deseja, mas e aí? Fazer o quê? Acabar com o seu dia? Com seu bom humor? Com sua esperança? O que desejo para todos é sabedoria! E que todos saibamos transformar tudo em boa experiência! Que todos consigamos perdoar o desconhecido, o mal educado. Ele passou na sua vida. Não pode ser responsável por um dia ruim... Entender o amigo que não merece nossa melhor parte. Se ele decepcionou, passe-o para a categoria 3. Ou mude-o de classe, transforme-o em colega. Além do mais, a gente, provavelmente, também já decepcionou alguém. O nosso desejo não se realizou? Beleza, não estava na hora, não deveria ser a melhor coisa pra esse momento (me lembro sempre de um lance que eu adoro): CUIDADO COM SEUS DESEJOS, ELES PODEM SE TORNAR REALIDADE.Chorar de dor, de solidão, de tristeza, faz parte do ser humano. Não adianta lutar contra isso. Mas se a gente se entende e permite olhar o outro e o mundo com generosidade, as coisas ficam bem diferentes.Desejo para todo mundo esse olhar especial. O ano que vai entrar pode ser um ano especial, muito legal, se entendermos nossas fragilidades e egoísmos e dermos a volta nisso. Somos fracos, mas podemos melhorar. Somos egoístas, mas podemos entender o outro. O ano que vai entrar pode ser o bicho, o máximo, maravilhoso, lindo, espetacular... ou... Pode ser puro orgulho! Depende de mim, de você! Pode ser. E que seja!!! Feliz olhar novo!!! Que o ano que se inicia seja do tamanho que você fizer. FELIZ ANO 2009. 
Com carinho Cristina