DE: Telma da Camara
Quem é bom de briga mantém o afeto na hora da confusão. Tem jogo de cintura para vivenciar o conflito e não provoca e nem fica guardando mágoas. Quando brigamos, sempre achamos que temos razão, mas nem sempre isso é verdade. Às vezes temos, mas somente sob o nosso ponto de vista, e se o outro tiver jeito e paciência, pode nos mostrar que não estamos de todo certo. Uma pequena mudança na forma de agir, pode ser o suficiente para o outro se sentir mais seguro. São as concessões que todos têm que fazer uma hora ou outra. Quando o casal aprende a brigar, cada um consegue dizer o que pensa e quando um fala o outro escuta. Ninguém precisa elevar o tom de voz, ofender, quebrar coisas, ou cutucar o outro com coisas que foram reveladas em momentos de intimidade e de confiança, pois são justamente essas coisas que destruirão o relacionamento aos poucos. Não existe casal que não brigue. Aliás, se não brigar é porque algo também está errado, pois quem não põe pra fora, engole, e isso só fará o casal perder a intimidade e o amor. Algumas pessoas costumam ser claras quando apontam para o outro o que não gostam ou não estão satisfeitas, outras não. Tem gente que briga porque o outro deixou a toalha molhada em cima da cama, mas na verdade está com raiva porque escutou o outro conversando no telefone com alguém do sexo oposto e se sentiu ameaçado. Para que uma relação sobreviva às brigas, a conversa tem que ser clara, sem raiva, sem gritos e sem ofensas. Muito pelo contrário. Uma boa dose de humor na hora do turbilhão, pode acabar com a briga e os dois conseguirem sentar e conversar normalmente. Existem situações típicas, em todo o relacionamento, que acabam em briga. Os períodos em que exigem mudanças, são os mais comuns: o casamento marcado, interferência da família no relacionamento, crise financeira, onde o casal tem que se readaptar para viver com menos dinheiro, a chegada de um filho, uma nova profissão etc. O ciúme exagerado, críticas em demasia, imposições, também são causas muito freqüentes. O importante é o casal estabelecer uma maneira de se entender. Também não é querendo modificar o outro que a solução virá. Cada um tem que ser do jeito que é, desde que respeitem o espaço de cada um. Quando começarem um briga, a primeira regra é: enquanto um fala, o outro deve escutar. Na vez do outro, o mesmo deve acontecer. Se um dos dois começar a se exaltar, elevando a voz, o outro deve diminuir o tom de voz na mesma proporção, ou pode também perguntar ao outro: "Porque você está falando comigo tão alto?" ou "Eu quero continuar essa conversa com você, mas gostaria que você abaixasse o seu tom de voz". Não se exaltar em uma briga, requer treinamento e aprendizado, mas o casal precisa entender e aprender que é possível. Se não aprenderem, colherão somente o desrespeito, e quando acaba o respeito, acabam outros sentimentos muito valiosos, como a cumplicidade, a admiração e o amor. Não é isso que ninguém quer, portanto, vale à pena tentar.
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