Wednesday, February 10, 2010

PARA REFLETIR



Quando eu era menino eu vivia brigando com meus companheiros de brinquedos. E voltava para casa lamuriando e queixando-me deles. Isto ocorria mais com Beto, o meu melhor amigo. Um dia, quando corri para casa e procurei mamãe para queixar-me do Beto ela me ouviu e disse o seguinte:Vai buscar a sua balança e os blocos. Mas, o que tem isso a ver com Beto? Você verá... Vamos fazer uma brincadeira".Obedeci e trouxe a balança e os blocos. Então ela disse: Primeiro vamos colocar neste prato da balança um bloco para representar cada defeito do Beto. Conte-me quais são. Fui relacionando-os e certo número de blocos foi empilhando daquele lado. Você não tem nada mais a dizer? Eu não tinha e ela propôs: Então você vai, agora enumerar as qualidades dele. Cada uma delas será um bloco no outro prato da balança. Eu hesitei, porém ela me animou dizendo: Ele não deixa você andar em sua bicicleta? Não reparte o seu doce com você? Concordei e passei a mencionar o que havia de bom no caráter de meu amiguinho. Ela foi colocando os blocos do outro lado. De repente eu percebi que a balança oscilava. Mas vieram outros e outros blocos em favor do Beto. Dei uma risada e mamãe observou:Você gosta do Beto e ficou alegre por verificar que as sua boas qualidades ultrapassam os seus defeitos. Isso sempre acontece, conforme você mesmo vai verificar ao longo de sua vida. Através dos anos aquele pequeno incidente de pesagem tem exercido importante influência sobre meus julgamentos. Antes de criticar uma pessoa, lembro-me daquela balança e comparo seus pontos bons com os maus.E, felizmente, quase sempre há uma vantagem compensadora, o que fortalece em muito a minha confiança no gênero humano.

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